É natural que os pais fiquem ansiosos para que os filhos digam as primeiras palavras e comecem a se comunicar oralmente. Mas quando o tão esperado “mama” e “papa” demora a acontecer, surgem uma série de preocupações. O que pode estar acontecendo com meu filho? Será que se eu esperar mais um tempo ele vai falar? É preciso ficar atento, porque o desenvolvimento da fala é um marco importante na curva de desenvolvimento da criança.
É importante ressaltar que não há uma idade “certa” para a criança começar a falar. O desenvolvimento da fala varia de criança para criança. Alguns bebês começam a falar suas primeiras palavrinhas, como “mamãe” e “papai” antes do primeiro ano de vida. A maioria consegue ter um pequeno vocabulário composto por até 20 palavras aos 18 meses de idade.
Porém, não há motivo para pânico caso seu filho apresente uma demora maior para emitir as primeiras palavras. “A fala é uma habilidade de comunicação de desenvolvimento lento. Se pensarmos bem veremos que é um tempo muito extenso: o bebê começa a balbuciar com cerca de 6 meses e ainda temos erros e trocas na fala até os sete anos, e isso pode estar dentro do esperado para a fase de desenvolvimento da criança. O importante é que você se sinta seguro e amparado nesses casos, que no caso é um fonoaudiólogo, que poderá avaliar e verificar se está tudo dentro do padrão esperado para a idade ou não”, explicou a fonoaudióloga Erica Bacchetti.
Atraso de fala x atraso de linguagem
Se o seu filho ainda não fala tanto quanto a maioria das crianças da mesma idade, ele pode estar com atraso de fala ou atraso de linguagem. Apesar de estarem relacionados à capacidade comunicativa das crianças, essas são coisas diferentes. O atraso de fala é quando a criança não apresenta o desenvolvimento da fala esperado para determinada fase da vida. Ela pode até usar palavras e frases para expressar ideias, mas será difícil entender claramente o que ela está dizendo.
Já o atraso de linguagem está relacionado à capacidade da criança de dar e obter informações de maneira significativa. Ou seja, quando a criança possui um atraso especificamente na linguagem, ela pode pronunciar corretamente as palavras, mas pode apresentar dificuldades em se expressar ou entender os outros.
Quais as causas e tratamentos?
São muitas as causas para o atraso de fala e linguagem. Entre as mais comuns estão perda auditiva ou falta de estímulos (por exemplo, a criança passa pouco tempo conversando com adultos). O quadro também pode estar associado a limitações cognitivas e autismo. Ainda, pode ser um indicador de transtorno no desenvolvimento da linguagem, conhecido por distúrbio específico de linguagem (DEL). O contato cada vez mais cedo com televisão, tablets e smartphones também pode ser prejudicial para a criança.
É fundamental procurar um especialista e investigar as causas a fim de fazer o tratamento adequado para o seu filho. O diagnóstico é clínico e deve ser realizado por um fonoaudiólogo com especialização no assunto. O atraso na aquisição de linguagem pode impactar no processo de aprendizagem, gerando mau desempenho escolar e dificuldades de adaptação social e afetiva.
O tratamento dependerá do diagnóstico, e pode ser desde terapia fonoaudiológica até a implantação de aparelhos auditivos. Quanto mais precoce o problema for identificado, melhores serão os resultados. Além da dificuldade de aprendizagem, crianças em idade escolar com atraso de fala ou linguagem podem ter dificuldades no convívio social e no relacionamento com outras crianças.
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